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Coronavírus. O Regime de Teletrabalho

Atualizado: 14 de mai. de 2021


Coronavírus. Um vírus maldito que se apresentou a todos nós e demonstrou que não está para brincadeiras. Entre apelos à tranquilidade, pelas autoridades públicas, compreendemos que elas próprias começam a ficar melindradas com a imprevisibilidade dos desenvolvimentos iminentes.


Em Portugal começam a ser encerradas instituições de ensino; na vizinha Espanha, circula-se em hipermercados com sacos de plástico na cabeça. O pânico está instalado.


O mundo empresarial não será excecionado à implementação de medidas restritivas. Entre elas, está a prestação da atividade profissional remotamente ou, nas palavras da lei, em regime de teletrabalho.


Há um efeito positivo no meio de tanto temor e pessimismo, chegou o momento de discutir o Novo Mundo em que vivemos, no qual, com relativa facilidade, podemos desempenhar de modo funcional e produtivo as nossas atividades profissionais de modo remoto.


E, neste âmbito, segue-se a discussão sobre os métodos e mecanismos para tornar o trabalho remoto funcional; abrirá portas para, num futuro próximo, permitir uma maior flexibilidade laboral.


Os mecanismos já existem e são imensos. Aquilo que ainda nos falta é essa cultura laboral. E em função disso, face à possibilidade – que parece notória e evidente – do regime de teletrabalho ser amplamente desenvolvido face ao agravamento deste vírus, parece razoável aceitar o surgimento de sérios problemas no campo da produtividade dos trabalhadores que venham a desempenhar funções nestas condições.


É preciso reconhecê-lo, o problema de desempenhar funções em regime de teletrabalho não reside nos mecanismos, mas no brio profissional necessário. Se assim não fosse, já seriam muitas as empresas que não despenderiam gastos tão elevados com instalações e equipamentos para garantir a produtividade dos seus trabalhadores.


É uma transição repentina, para a qual a maioria dos profissionais, em princípio, não terá a preparação adequada. Não quer dizer que não produzam o necessário, mas que a produção poderá ficar aquém do registo normal, onde são pressionados à laboração ininterrupta – indiretamente pelos seus pares, diretamente pelos quadros de chefia.


Trabalhar remotamente exige lidar com princípios de um modo distinto, que não é controlado com a mesma intensidade. E a verdade é que as condições atuais obrigam-nos a olhar para o mercado de trabalho sob uma nova perspetiva, mas também obrigam a dar um salto repentino, que, na lógica natural das coisas, obrigaria a uma formação prévia do trabalhador.


Creio que a decorrência dos acontecimentos nos levará ao despertar de uma dupla consciência:

(i) a dos trabalhadores, que na generalidade dos casos, compreenderão a possibilidade de desempenhar as suas atividades num ambiente que lhes possa ser mais familiar e menos dispendioso (desnecessidade de deslocação, p.e.);

(ii) a dos empresários, nomeadamente, na perspetiva de redução de custos.


Trabalhar remotamente pode ser benéfico ou tornar-se num pesadelo, e a diferença reside num fator que ainda não começámos a discutir: Disciplina.


Vamos ver o que nos reservam a próximas semanas.


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