Democracia e Jornalismo: Uma relação simbiótica?
- Luís Pedro Monteiro
- 19 de jul. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de mai. de 2023
Democracia e Jornalismo são dois conceitos com uma relação profunda. Não existe democracia sem jornalismo, nem existe jornalismo sério, objetivo e livre sem democracia. São indissociáveis.
Uma democracia que não seja integrada por um jornalismo livre e objetivo, não é uma democracia transparente e informada. Sem transparência e informação, inexiste um dos seus pilares fundamentais, toda a arquitetura democrática desmorona, torna-se inevitável o enfraquecimento da participação democrática ou a própria ideia de representação política responsável.
O jornalismo livre continua a enfrentar esse problema. Não apenas perante os regimes expressamente inimigos da liberdade, mas também diante de democracias formais: as pseudodemocracias. É uma luta intemporal e permanentemente.
Os tempos modernos trouxeram outros problemas. A Era tecnológica, especialmente no que à digitalização concerne, associada à proliferação de meios informativos e à disseminação das designadas fake news, alteraram, de forma substancial, o paradigma do jornalismo sério e de qualidade. E tudo isso produziu consequências astronómicas para as quais os jornalistas não estavam preparados.
Uma das consequências mais gravosas é a perda de leitores, que leva, não raramente, a uma certa alienação dos deveres deontológicos a que o jornalista está adstrito, ao crescimento do sensacionalismo mediático, depravado e sem escrúpulos.
Os órgãos de comunicação social, que o jornalista integra, pressionam-no com a necessidade de audiências, o imperativo das vendas. O jornalista, na generalidade dos casos, é forçado a ceder, afinal, é o seu próprio emprego que acaba por ficar em cheque.
Mas esse é o caminho errado. Os órgãos de comunicação social que relegam os seus valores para segundo plano, estão condenados ao fracasso, é uma questão de tempo.
Cabe ao jornalista a salvação, e ela só é possível mantendo a fieldade aos valores que norteiam a profissão. Em contrário, o abismo é inevitável. Perde o jornalismo e, sobretudo, perde a democracia.
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